Entre os efeitos colaterais da minha quimioterapia, meu cabelo pode cair um pouco, mas careca eu não vou ficar. Eu já estava doida para dar uma mudada e levantar a autoestima, então resolvi cortar e amei o resultado. Numa fase dessas, se cuidar é essencial, não deixe sua vaidade de lado! Bola pra frente, sinta-se linda! Mesmo com o carão inchado (que daqui a pouco vai passar porque vou parar o corticoide), estou me achando, hehe. 

A parte do cabelo que cortei, vou doar para a Fundação Laço Rosa, aqui em Niterói. Se você tem interesse em doar também, sua mecha deve ter pelo menos 20cm. Todas as outras informações como postos de coleta, envio pelo correio, etc, podem ser encontradas aqui.

Apesar de ainda não começar imediatamente a quimioterapia, hoje fui numa consulta inicial na OncoMed, clínica onde vou fazer o tratamento. O lugar é simplesmente incrível, aceita plano de saúde e dá todo o suporte necessário.

A primeira coisa que fiz lá foi falar com um psicólogo para esclarecer toda a situação desde o início quando descobri a doença. Contei minha história, ele perguntou se eu já havia feito terapia e, a melhor parte: a OncoMed oferece o serviço sem nenhum custo extra tanto para os pacientes quanto para os familiares.

Depois foi a vez de falar com a equipe de enfermagem, que esclareceu todas as minhas dúvidas e me deu um plano de cuidados esclarecendo os efeitos colaterais que eu possa vir a ter e um plano de cuidados.

Também ganhei um guia com esclarecimentos da doença e tratamento, orientações gerais e também de nutrição - farei um post sobre essas orientações depois.

No final, foi apresentada a sala da quimioterapia.

Toda a equipe é muito atenciosa, simpática e profissional, fiquei encantada.

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Obs.: comecei a diminuir a dose do corticoide.

Em 2014, eu passei por 42 sessões de radioterapia, um tratamento que foi bem mais difícil do que a quimio que eu fazia na época. 

Radioterapia nada mais é do que passar um tempo recebendo radiação no local do tumor para que ele diminua. Os efeitos colaterais dependem exatamente do local. Como meu é no cérebro, afetou muito meu psicológico, eu fiquei apática. Era como se eu não sentisse nada, tristeza, felicidade, nada. Houve queda de cabelo. Na época, tive muitas convulsões também.

Para passar por isso tudo da melhor maneira possível, não deixe de tentar levar a vida da maneira mais normal possível. Saia e arrume coisas para se distrair e esteja sempre com pessoas que possam te dar suporte e te alegrem.

Depois de duas noites mal dormidas no hospital e com uma dor na perna insuportável, fui devidamente medicada para poder voltar para casa. Na verdade, minha casa em si está em obra, então eu e minha mãe estamos muitíssimo bem abrigadas na casa de uma prima, o que está facilitando muito essa fase. Estar com pessoas queridas todos os dias é o que não me deixa cair. 

Como já sabem, estou sob efeitos do corticoide ainda. Não consigo prestar atenção direito em nada, fico em estado de agitação e não estava conseguindo dormir. 

Minhas dicas pra quem tem que tomar essa desgraça desse remédio são:

Ontem, tive que voltar a ser internada, pois minhas pernas e pés estavam inchadíssimos e doendo muito. Pelo menos no hospital há todo o cuidado necessário, não conseguiria ficar em casa.

Tive que tomar até morfina para a dor passar. Me deram um remédio para dormir que não fez efeito é 6h da manhã eu estava tomando Rivotril pra acalmar.  Fiquei e ainda estou super sonolenta.

Agora, ainda tenho exames para fazer  e ver quando terei alta e o que é o meu inchaço.

Meu mantra nesses momentos é pensar que o tempo passa rápido. 

Sigamos em frente!

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Edição: fiz o exame de Doppler e o inchaço não é trombose. Passei o dia  bem melhor e sem dores. 

Como já tinha falado por aqui, minha químio ainda não pôde começar porque minhas plaquetas estão muito baixas. Fiz milhares de exames de sangue e elas nada de aumentarem. Ontem,  comecei a urinar sangue por causa disso e tive que ser internada para repor.

Em alguns hospitais/casos a internação não é necessária, a transfusão é feita na hora. 

Essa noite eu tive que passar no hospital. A parte mais incômoda foi a burocracia para entrar no quarto. Fora isso, consegui me movimentar sozinha com a bolsa da transfusão quando precisei e nem demorou tanto tempo.  Não foi uma noite bem dormida - mas esse é um efeito do corticoide que me deixa sem sono e agitada.

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Edição: as plaquetas subiram e estou em casa!

Ainda não comecei a fazer a quimioterapia porque minhas plaquetas estão muito baixas. Quanto a isso, não há muito que fazer, além de comer bem. Então, estou com uma dosagem muito grande de corticoide para conseguir fazer as coisas sozinha. No início desse mês eu mal conseguia andar por meu tumor estar mais inflamado. O resultado do medicamento é muito positivo, mas ele causa muitos efeitos colaterais. O que está acontecendo comigo:

Aqui, eu sugiro planejar bem suas refeições com alimentos de alto valor nutricional. Procure verduras, fibras e alimentos que vão te sustentar por um período maior de tempo. Coma bem e procure lanchinhos nutritivos que goste. Alimentos integrais são ótimos porque dão mais saciedade. 

Leve seu tempo. Eu não estou conseguindo dormir direito à noite, então descanso quando quero.

Arrume uma atividade que te relaxe. Pode ser meditar, fazer ioga, praticar uma atividade física. Eu gosto de relaxar ouvindo ASMR.

Aqui, procure se cercar de pessoas e fazer coisas, não deixe a medicação te parar.

• Inchaço

Uma das maiores questões abordadas na ficção sobre o tratamento de quimioterapia é a queda de cabelo. Mas uma verdade é: nem sempre acontece. Depende do seu tratamento, porque são vários. 

Em 2014 o meu cabelo caiu sim, mas por causa da radioterapia e porque ela era feita diretamente na cabeça, mas a quimio (que eu continuei por muito tempo ainda depois) não fez cair nada. Todos os efeitos colaterais que possam vir a acontecer vão ser avisados pelo seu médico, mas isso não indica que você necessariamente vai tê-los.

Se acontecer, além de haver a probabilidade de você se tornar uma careca linda (descobri as melhores qualidades do meu rosto na época), há vários lenços estilosos e (óbvio), a possibilidade de ter uma peruca (e um look novo).

Eu comprei uma peruca da Fiszpan. Não foi barata, mas também há projetos em que você pode receber uma doação, como a Fundação Laço Rosa e a Rapunzel Solidária.

Não somente em casos de doença, a terapia faz muito bem para qualquer pessoa. É um espaço seguro no qual você tem liberdade total para falar sobre o que quiser e se expressar com alguém confiável isento das suas situações da sua vida. Criar empatia com o profissional e a técnica de seu trabalho é um fator decisivo para que a terapia funcione. Caso não haja, não hesite em mudar.

Eu mesma não me adaptei à psicanálise. Não havia conversa, nem conselhos, eu praticamente falava sozinha e não sentia melhora. Quando mudei e encontrei a profissional certa, eu gostava de ir, falar, era um momento muito meu. Tinha até um momento de relaxamento e eu chegava a dormir. Com certeza, a terapia foi um fator decisivo para eu ter levado todo o meu tratamento lá em 2014 de uma forma mais leve.

Há outros tipos de terapia que podem ajudar tanto ou mais quanto a tradicional (e que também são feitas por profissionais), por exemplo a biodanza e arteterapia - até porque não expressamos sentimentos somente através da fala. Nesses casos, você pode pedir para ir numa sessão experimental e ver como é.

Às vezes, seguramos o que estamos sentindo para não preocuparmos familiares e amigos, então a terapia está aí para nos ajudar. Não dispense essa ajuda.

Duas observações cabem aqui nesse post:

• Nunca esqueça que o profissional está ali para te ajudar
• O sigilo da conversa é obrigatório

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Na verdade, nem sei se as pessoas ainda leem blogs ou vão se interessar por esse espaço. Espero que sim, porque está sendo criado com muito carinho. Aqui, compartilharei minha rotina em tratamento de quimioterapia (ali do lado direito tem mais sobre mim e minha história). Pretendo fazer desde posts curtinhos com pequenas dicas até textos mais elaborados que possam ajudar outras pessoas a se identificar.

Hoje, o que eu tenho para falar é: não se desespere e procure ajuda. É difícil, sim, mas algumas coisas podem ser feitas de imediato primeiramente pela sua saúde mental não se abalar (tanto) junto. Então lá vão as primeiras dicas:

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